Efésios 3:14-21 - As Dimensões do Amor de Cristo
- Comunidade Betesda
- 9 de dez. de 2024
- 8 min de leitura
Atualizado: 11 de dez. de 2024

A Palavra do Senhor, quando desce ao nosso coração, ela nos vivifica. Peço ao Senhor que a Palavra seja d'Ele e, que em algum momento, o Espírito Santo toque a cada um de nós, para que possamos realmente viver como famílias santas ao Senhor, glorificando o nome d'Ele.
Há mais de quatro anos, eu e um grupo de amigas, oramos todos os dias durante a semana, às 20 horas, pela nossa família, por nós mesmas e pela igreja. Deus tem concedido e consolidado isso. Somos cinco amigas, todas cristãs e algo que temos percebido, é que cada uma de nós está passando por um momento muito difícil. Cada uma está enfrentando uma luta em que só Deus pode agir.
Estamos vivendo o tempo de confiar. Não é tempo de esperar apenas uma manifestação emocional do Espírito Santo, com choro, gritos ou comoção. Isso é bom, mas esse tempo já passou! Ele pode acontecer, mas o momento agora é outro. O tempo é de conhecer a Deus, entender o que Ele espera de nós. Assim, nossa confiança em Deus aumenta. Não é momento de nos desesperarmos com os problemas, mas de nos ajoelharmos, dizendo: "Senhor, Tu és bom. Tu sabes o que fazes, e tudo coopera para o nosso bem. Louvado seja o Teu nome." O que desejo compartilhar hoje é algo que anseio no meu coração: Que Ele nos revele o amor de Cristo para que possamos aprender a amá-Lo.
Efésios 3: 14 fala sobre o amor de Cristo por nós, ou as dimensões do amor de Cristo: "Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como na terra, para que, segundo a riqueza da Sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito no homem interior. Assim habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade; e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus."
No verso 14, Paulo diz: Por esta causa, me ponho de joelhos. É interessante entender qual foi a causa que levou Paulo a orar assim. No versículo 1 do mesmo capítulo, ele diz: "Por esta causa, eu, Paulo, sou prisioneiro de Cristo por amor de vós, gentios." Ele fala de um mistério revelado: Cristo veio para trazer redenção e salvação. No capítulo 2, verso 1, está escrito: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo." Sem Cristo, estávamos mortos. Antes de aceitarmos Jesus, éramos escravos do pecado, destinados ao inferno. Mas em Cristo, o pecado se torna uma escolha. O Espírito Santo nos ajuda a entender quem éramos e o valor da transformação em nossas vidas. Precisamos saber de onde viemos para glorificar a Deus pelo lugar onde estamos hoje.
No verso 12 do capítulo 2, Paulo explica: "Estávamos sem Cristo, separados da comunhão de Israel, estranhos às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo." Agora, em Cristo, estamos aliançados com Israel. A Bíblia diz que quem ama Israel é abençoado. E a aliança com Israel é essencial para compreendermos nosso lugar no plano de Deus. Que possamos valorizar nossa posição em Cristo e viver plenamente a aliança que Ele nos concede. Quem não compreende isso, não tem Cristo, não tem esperança e fica sem Deus. Entendo que sem a comunidade de Israel, estamos sem Deus no mundo, porque Jesus é judeu.
Jesus nos reconciliou com Deus. O verso 15, diz que Jesus uniu os dois povos — judeus convertidos e gentios convertidos — e fez deles um novo homem: a Igreja. O verso 16 diz: "E reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade." Jesus nos reconciliou com Deus por meio da cruz, destruindo a separação entre judeus e gentios. Porém, muitos líderes ensinam que Israel é o povo de Deus e que a Igreja é a noiva de Cristo, como se fossem coisas separadas. Uma vez fiquei muito decepcionada ao ouvir um pastor dizer que o povo de Israel ficaria na grande tribulação, enquanto a Igreja seria arrebatada. Pensei: "O que é isso? Meu Deus, o que estou ouvindo aqui?"
Efésios 2:16 quebra essa ideia! Jesus, ao morrer na cruz, uniu os dois povos: judeus convertidos e gentios convertidos. Ele formou um novo homem, que é a Igreja, composta por judeus e gentios que creram em Jesus Cristo. Nós não recebemos a plenitude de Deus sozinhos, mas junto com o corpo de Cristo. Se não estivermos inseridos no corpo de Cristo, perdemos a plenitude, por mais "santos" que sejamos. Jesus veio, quebrou a inimizade entre Israel e os gentios, uniu os dois povos. E os gentios precisam entender que devem amar Israel, orar por Israel, para que também recebam as promessas das alianças.
Então, explicada qual foi a causa que levou Paulo a orar daquela maneira, encontramos outra causa no versículo 6. Os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Cristo Jesus, por meio do evangelho. Nós somos herdeiros de Deus, como Jesus é herdeiro, como o judeu também é herdeiro. Isso não nos deixa alegres? Por meio da cruz, somos coerdeiros. Ela nos torna participantes da herança de Deus!
Paulo diz: "Por essa causa, me ponho de joelhos, diante de quem toma o nome de toda família no céu e na terra." Toda família tem um Pai. A Igreja tem um Pai. E, segundo a riqueza da glória de Deus, Ele nos fortalece com poder mediante o Espírito Santo, no homem interior. Assim, Cristo habita em nossos corações pela fé. A Palavra de Deus diz que a fé vem por ouvir a Palavra. Precisamos do Espírito Santo em nós para nos dar graça e poder, para sermos arraigados no amor de Jesus Cristo. É uma base sólida para suportar o que será construído. O livro O Conhecimento do Santo, de A. W. Tozer, diz que ninguém consegue compreender plenamente os atributos de Deus, porque são muito grandes. Ainda que caminhemos com Deus, a porção que Ele tem para nós é muito maior do que podemos imaginar!
Os prédios, quanto mais altos, mais profundas são as escavações que firmam suas bases. Da mesma forma, quanto mais queremos conhecer a Deus, quanto mais desejamos Suas bênçãos e esperamos Dele, mais profundamente precisamos buscá-Lo.
Nós precisamos muito disso. O apóstolo Paulo fala que precisamos estar arraigados: "a fim de poderdes compreender com todos os santos qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus." Assim, entendemos que a plenitude de Deus é para o novo homem, para a Igreja que confia e busca no Senhor, mas também para outros propósitos. O que Deus espera de nós, de acordo com este trecho? Ele espera que compreendamos, com todos os santos e com toda a Igreja, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo, que excede todo entendimento. Quando li sobre essas quatro dimensões, chorei e pedi: - Deus, me ajuda! Eu preciso amar o Senhor desse jeito. Eu preciso ter uma revelação desse amor tão grande de Jesus por mim para que eu possa amá-Lo. Se eu não tiver essa revelação, como poderei amá-Lo?
Você já percebeu que amamos mais quem nos ama? Honramos e tratamos bem a todos; pregamos o Evangelho, mas há um vínculo especial com quem compartilha do amor divino, que nos leva a glorificar a Deus. Não estou dizendo que não devemos amar o pecador pois, sem amor, pregar a Palavra não faz sentido. Entendem que é diferente? Por exemplo, no louvor de hoje, você sentiu a graça de Cristo? Isso acontece pela nossa união, por cantarmos de coração, visualizando Jesus e amando-O. Quando fazemos isso, Ele desce e nos toca.
Paulo, em sua oração, pede para que Cristo habite em nossos corações e nos arraigue Nele, firmando nossas vidas para compreendermos a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus. Por que Paulo fez essa oração? Ele responde: "Porque nós matamos Cristo." Não foi uma morte qualquer. Nós O crucificamos com nossos pecados. Uns dizem que foram os judeus, outros que foram os romanos, mas, na verdade, quem O levou à cruz foi o pecado da humanidade — o meu pecado e o seu. Toda vez que pecamos conscientemente, estamos novamente crucificando Jesus. Cada martelada nos cravos foi por você e por mim. Jesus sabia disso, mas se entregou por amor, para nos trazer de volta ao Pai e nos conceder a graça de Deus.
E como Jesus reagiu? Nos amando. Gálatas 2:20 diz: "Jesus me amou e a si mesmo se entregou por mim." Repita essa frase deixando o Espírito Santo trabalhar em seu coração: "Jesus me amou e a si mesmo se entregou por mim." Isso nos leva à primeira dimensão: largura. A largura está representada pelo lado horizontal da cruz, onde Jesus foi pregado, com os braços estendidos. É como se Ele dissesse: "É deste tamanho que eu amo vocês." Os pregos pareciam até ajudá-Lo a esticar mais os braços para expressar Seu amor. O amor de Cristo é tão amplo que abrange qualquer continente, nação, grupo de pessoas, tribo, língua ou etnia. Essa é a largura do amor de Jesus.
O comprimento. Ele é representado pelos pés de Jesus, cravados na cruz, apontando para baixo. O amor de Deus vai ao lugar mais profundo — às prisões mais escuras, às vidas mais quebradas, aos pecadores mais desesperados. Ele desceu até o mais baixo para levantar aqueles que O desejam. A cruz alcança o lugar mais profundo do coração humano, até mesmo os segredos e dores que guardamos. Ela está lá, esperando que confessemos e nos arrependamos, para nos exaltar. É isso que faz o Evangelho ser relevante e universal. Milagres acontecem onde o Evangelho é pregado. Ele tem o poder de alcançar os corações e transformar vidas. A postura de quem conhece o amor de Cristo é dizer: "Senhor, Tu és bom, eu Te amo. E sei que tudo o que acontecer comigo, Tu estarás ao meu lado. Mesmo que eu passe pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo."
A cruz ilustra a profundidade do amor de Deus. Quando Jesus foi perfurado por uma lança, abriu-se uma cavidade torácica que nos mostra o alcance até o coração de Jesus Cristo. O amor de Jesus por nós vem do coração — Ele foi perfurado e, ainda assim, nos alcançou com esse amor profundo. Esse caminho nos leva às profundidades do amor que está no coração de Jesus. Você gostaria de estar mergulhado nesse amor? A eternidade não será suficiente para explorar a extensão do amor de Jesus, porque Ele é Deus, e Seu amor é imensurável!
A quarta e última dimensão é a altura. Na altura, destaca-se a coroa de espinhos colocada na cabeça de Jesus Cristo. Essa parte da cruz aponta para um universo de amor que vai muito além do que podemos imaginar. A cruz não salva por si só. Foi Jesus quem morreu na cruz, nos salvou do pecado, nos tirou do estado de perdição e fez de nós filhos e herdeiros de Deus. A cruz e a coroa apontam para as alturas do amor divino, que nos eleva a lugares celestiais.
O amor de Deus por nós é largo, longo, profundo e alto. A cruz também nos estica, permitindo que alcancemos esse amor em todas as suas dimensões. Minha oração é que o Senhor nos leve a esse amor para que deixemos de ser um povo apático, apenas frequentadores de reuniões, mas uma igreja cheia do amor que só Ele pode nos dar.
A palavra do Senhor, em Apocalipse, diz que Aquele que nos ama, pelo Seu sangue nos libertou de nossos pecados. A Ele, toda honra e glória. Paulo afirma que nada poderá nos separar do amor de Jesus Cristo: nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem coisas do porvir, nem altura, nem profundidade — nada poderá nos afastar do amor de Deus.
Pai, faça esse amor descer ao nosso coração. Faça esse amor encher o nosso ser. Leve-nos a experimentar a plenitude do Teu amor, para que o mundo conheça que és Deus e conheça Jesus Cristo. Faça de nós um povo cheio de amor!
Mensagem ministrada na Comunidade de Cristão Betesda na manhã de domingo em 08 de dezembro de 2024 por Vandir
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